Imagine cápsulas milhões de vezes menores do que um milímetro, como as utilizadas em medicamentos, formadas por estrutura que reveste um núcleo e libera a substância interna lentamente. Esse tipo de tecnologia tem sido usado nas mais diversas situações, incluindo a agricultura, e será utilizada no projeto “Nanobiopesticidas e saúde dos peixes: bases para agricultura mais sustentável”, do Centro de Ciências Biológicas (CCB).
O produto pode fazer grande diferença na relação com o meio ambiente porque utiliza menor quantidade de pesticida, como explica a professora Cláudia Bueno dos Reis Martinez, do Departamento de Ciências Fisiológicas, coordenadora do Laboratório de Ecofisiologia Animal (LEFA) e uma das responsáveis pelo projeto.
A preocupação da professora é com a contaminação da água e dos animais aquáticos devido à utilização de pesticidas agrícolas. A água da chuva carrega toda a substância e contamina os peixes, por exemplo. “A ideia é ter alternativa para uma agricultura sustentável. O foco é buscar produtos que possam ser utilizados com mais segurança e que vão proteger o ambiente”, afirma Claudia.
O projeto envolve diversos pesquisadores: Juliana Delatim Simonato Rocha, professora do Departamento de Ciências Fisiológicas e também coordenadora do projeto; Paulo Cesar Meletti, professor do Departamento de Ciências Fisiológicas; Wagner Ezequiel Risso, técnico do Laboratório de Ecofisiologia Animal (LEFA); Carlos Eduardo Delfino Vieira, professor da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP – Cornélio Procópio); e Leonardo Fernandes Fraceto, professor da Universidade Estadual Paulista (UNESP – Sorocaba).
Projeto interdisciplinar e interinstitucional
O projeto com nanocápsulas e peixes deriva de um projeto mais amplo, denominado “Nanobiopesticidas e saúde ambiental: bases para uma agricultura mais sustentável”. Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ele recebeu investimentos de R$ 246 mil para três anos de estudos. Sob a coordenação da professora Claudia, pesquisadores de diversas áreas e de universidades do país vão avaliar, sintetizar, caracterizar os nanopesticidas e estudar, além do ambiente aquático, seus possíveis efeitos em abelhas, organismos de solo e plantas.
Da UEL, o projeto envolve, além da coordenadora Claudia Martinez, Juliana Rocha e Wagner Risso, do Departamento de Ciências Fisiológicas; Silvia Helena Sofia, do Departamento de Biologia Geral; Halley Caixeta de Oliveira, do Departamento de Biologia Animal e Vegetal; Seila Cibele Sitta e Ana Luisa Cavalcati Boavista, do Departamento de Design.
Das outras universidades estão os professores Carlos Eduardo Delfino Vieira, da UENP – Cornélio Procópio; Leonardo Fernandes Fraceto e Gerson Araújo de Medeiros, da UNESP – Sorocaba; Valdir Zucarelli, da Universidade Estadual de Maringá (UEM); e Daiana Silva Avila, da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).