Circula na internet um vídeo com motoristas da TCCC (Transporte Coletivo Cidade Canção) afirmando que o transporte público municipal vai ser paralisado na próxima segunda-feira (8). A declaração veio logo após a informação de que a concessionária iria atrasar o pagamento dos trabalhadores da categoria.
"Viemos passar a comunicação séria para toda população maringaense. Temos que avisar para todos ficarem cientes - para que não haja contradição - e falar que foi algo instantâneo e que não foi avisado. O que nós queremos? Reivindicar os nossos direitos. Estejam cientes que, segunda-feira, a partir das 4h ou 4h30, a paralisação da garagem sul e da garagem norte será total", disse no vídeo Josinei Correa , afirmando representar a categoria.
O Sinttromar (Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Maringá), entretanto, não está a frente do movimento, embora considere legítima uma paralisação por atrasos no salário. Para Emerson Silva, vice-presidente da entidade, caso se concretize o movimento paredista, ele tem apoio da concessionária, o que caracterizaria um locaute.
"Isso é um locaute da empresa. Todos que estão a frente têm cargos de confiança e chefia na empresa, que está obrigando - de certa forma - os trabalhadores procurarem no poder público uma solução que deve vir da empresa. É o movimento certo, mas pelo modo errado", afirmou Silva.
Locaute é a recusa por parte de entidade patronal em ceder aos trabalhadores os instrumentos de trabalho necessários para desenvolverem suas atividades. Ao contrário da greve, que ocorre com a paralisação dos trabalhadores, o locaute se dá pela paralisação dos empregadores. No caso da TCCC, que é tem uma concessão pública, isso pode caracterizar, inclusive, crime, segundo Silva.
O dirigente afirmou ainda que, quem está promovendo a ação, nunca participou dos movimentos paredistas. Pelo contrário: normalmente endossavam a empresa e furavam a greve. No vídeo que circula, a ação - segundo o próprio Correa - é para forçar ação da prefeitura de Maringá, para sanar o problema dos salários atrasados, visto que a empresa já sinalizou não ter verbas.
"Queremos reivindicar ajuda da Prefeitura. A empresa presta serviço para a Prefeitura e a gente para a empresa. Não podemos trabalhar sem salário. Somos pais de família. Trablhamos o mês inteiro e defendemos o nosso pão. As contas estão chegando", disse Corrrea.
Na segunda-feira (8), segundo Emerson, há uma reunião agendada com o prefeito Ulisses Maia (PSD) e depois, ainda, com a categoria. Um pedido emergencial na justiça do trabalho deve, também, ser protocolado, solicitando o pagamento dos salários, bem como os valores corrigidos pelo período de atraso.
"Não deixaremos de apoiar a categoria. O sindicato é democrático. Se o movimento partir por parte dos trabalhadores, faremos o possível para apoiar. Esperamos que poder público, que tem responsabilidade sobre essa situação, veja a situação do atraso dos salários como prioridade, para resolver os problemas dos trabalhadores o mais rápido possível", concluiu Emerson.