Os preços mais elevados da energia elétrica vêm desde o ano passado, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou a bandeira tarifária de escassez hídrica para custear o uso intensivo das usinas termelétricas diante da forte seca que afetou diversos reservatórios. Agora, está em vigor a bandeira verde, sem cobranças adicionais para o consumidor. A Aneel também informou que seria feita uma compensação de impostos cobrados a mais, reduzindo o valor das contas de energia.
“As compensações estão sendo aplicadas e os aumentos indicados segundo a Aneel já levam em consideração essa compensação de impostos que foram cobrados indevidamente em períodos anteriores”, explica Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP. Ainda assim, há movimentações das distribuidoras de energia para reajustar as tarifas, inclusive acima da inflação. Alguns Estados brasileiros tiveram aumentos na casa dos 20%.
A ideia do governo é manter a bandeira verde até o fim do ano, mas Côrtes chama a atenção para alguns impedimentos: o fenômeno climático La Niña, que “volta no segundo semestre e, sempre que isso acontece, traz irregularidade e redução de chuvas na região Sul do Brasil, podendo atingir o Estado de São Paulo”.