Se alguém ainda questionava o motivo de Renato Gaúcho não ter aceito o convite da diretoria corintiana para assumir o time, o jogo de domingo, com 3 a 1 (fora o baile!) para os cariocas na casa do rival, esclareceu tudo. Um jogo com cara de treino para o Flamengo, esse sim, o time escolhido por Renato após a saída do Grêmio.
Há quem pense que foi o Flamengo que escolheu o treinador. Mas a verdade é que foi o próprio Renato que se colocou na cara do gol ao rejeitar o convite de Santos e Corinthians. Como nos bons tempos de atacante, estava lá, no lugar certo só esperando sua vez chegar. Com Rogério Ceni mais firme que prego na areia, tudo foi questão de tempo.
Mas os 3 a 1 do Flamengo em cima do Corinthians no domingo não servem apenas para explicar a escolha feita pelo treinador. Nem tanto o resultado, mas principalmente os (quase) 90 minutos de ataque contra defesa revelam o abismo entre o futebol praticado pelo time rubro-negro, de Renato, e o que se esforça para apresentar o alvinegro, de Sylvinho.
Com Renato, o ótimo elenco flamenguista é candidato ao título. Ele tem o que faltava a Rogério Ceni. Taticamente, não inventa moda nem improvisa. Com ele, Willian Arão é volante, não zagueiro. Sua personalidade também faz toda diferença, principalmente num elenco recheado de estrelas. Ele não tolera chiliques (como os de Gabigol, Gerson, Bruno Henrique e Pedro), é muito mais acessível que Ceni e tem o domínio completo do vestiário.
Já Sylvinho vem decepcionando. Fica difícil defender um técnico que em 16 jogos pelo clube tem 4 vitórias, 6 derrotas e 6 empates. Um aproveitamento de 37,5% que só é superior ao de dois treinadores desde o rebaixamento em 2008: Oswaldo de Oliveira (37,03%) e Jair Ventura (31,57%). Faltam peças no elenco, mas isso todos já sabiam. Inclusive Sylvinho.