O Grêmio anunciou a saída de Luiz Felipe Scolari após mais uma derrota, desta vez para o Santos na Vila Belmiro. Após 21 jogos, com 9 vitórias, 3 empates e 9 derrotas, o técnico deixa o clube exatamente na mesma posição de quando pegou, na penúltima colocação do Brasileiro, flertando com a Série B.
O que isso mostra? Muitas coisas. Principalmente a incompetência do Grêmio, que iludiu seu torcedor com contratações que não vingaram e desde sempre figura entre os piores do campeonato. O atestado de péssima gestão vem ao patinar com Tiago Nunes e Felipão na tentativa de sair de lá.
Quando trouxe Scolari o Grêmio apostou tudo no poder do “fator motivacional” que praticamente rotula esse treinador como o guru do “mete o pé e vai na fé”. Só esqueceu do futebol. Esse mesmo futebol que Felipão mostra a cada nova tentativa de trabalho que já esqueceu faz tempo.
Na coletiva após a derrota para o Peixe, Felipão foi enfático: “O trabalho é bom”. Horas depois, caiu. Da mesma forma que tentou justificar o injustificável após a derrota humilhante para a Alemanha na Copa de 2014, quando apresentou estatísticas, planilhas e até uma carta da “Dona Lúcia” enquanto apenas dois números interessavam (7 e 1), ele quis dizer que o trabalho do vice-lanterna do Brasileirão é bom. O Grêmio não quis pagar pra ver. Não mais.
A culpa não é só dele, claro, mas também não vamos jogar a poeira debaixo do tapete. Felipão é ídolo do clube, mas não acrescentou, infelizmente. O Grêmio é um time suficiente para a 16ª posição da tabela, e Felipão, com uma ideia atrasada e engessada de jogo, não conseguiu sair do lugar.
Mano Menezes é a bola da vez. Concordo com parte da torcida gremista que torce o nariz para outro técnico que a cada temporada parece ficar mais ultrapassado e não mostra evolução.
Assim como Felipão, Mano conhece o Grêmio, tem história no clube e é visto como um treinador motivador. Só não podemos nos esquecer que outro ponto em comum entre os dois é muito mais recente do que suas trajetórias passadas no Tricolor Gaúcho. Pois tanto Mano quanto Felipão estiveram no Cruzeiro – um na queda para a Série B, outro na campanha pífia da Segundona. Coincidência? Jamais.