O comunicado público de um restaurante conceituado na cidade, dizendo que as vendas caíram em 90% e assim aderiu a decisão de suspender os contratos de trabalho, pegou as pessoas de surpresa ontem em Andradina.
Em meio às ordens para fechamento de comércio e shopping centers, o setor da alimentação vive de entregas à domicílio, mesmo assim o movimento caiu, principalmente depois do anúncio da ampliação do decreto de isolamento por mais 15 dias a partir de hoje.
Com o isolamento a população, em grande parte trabalhadores formais e autônomos, passam a ter a renda reduzida durante a tentativa de conter a escalada dos casos de coronavírus.
A crise também afeta os varejistas, que após refazem as contas, renegociam pagamentos a fornecedores e dizem que, inevitavelmente demissões vão ocorrer. Notícias de suspensão de atividade já são comuns. Uma grande empresa distribuidora de cerveja na cidade já teria anunciado a suspensão dos contratos de 70% de seus colaboradores. Se a crise perdurar, começarão a demitir seus funcionários a partir do mês que vem.
Brasil
Estimativas de entidades patronais, como a Associação Brasileira das Lojas Satélites (Ablos), que reúne as lojas maiores dos shoppings, e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), falam em até 5 milhões de desempregados no comércio pelo País, até o fim de abril.
Segundo Paulo Solmucci, da Abrasel, os empresários já vêm de um longo período de vendas fracas e não têm, neste momento, caixa para manter impostos, aluguel de ponto e folha salarial com os empreendimentos fechados. “A situação já estava péssima, agora ficou dramática”, diz.
Já Tito Bessa Júnior, da Ablos, afirma que o capital de giro dos comerciantes mal consegue suprir um mês fraco de vendas, o que dirá cinco semanas sem faturamento – a maioria das ordens de fechamento vão da semana que vem até o fim de abril. (com Estadão Conteúdo)