Os novos fatos apontam um aparente esquema por uso de empresa “laranja” na captação de recursos públicos do município de Valparaíso, sem a comprovação de serviços prestados ao município pela contratada. A empresa Matheus Campos Garcia Parra – ME, com sede no município de Adamantina, estaria sendo usada com oferecimento de notas fiscais ao executivo, sem que o responsável pela empresa se quer soubesse onde ficava os locais públicos para o recebimento dos valores, e tão pouco o local em que eram realizados os serviços aos munícipes.
Segundo a denúncia, a empresa ficaria com parte dos valores e o restante era repassado ao ex-presidente da Câmara, Bruno Araújo, inclusive sendo anexado extrato bancário e áudios com suposta troca de mensagens entre o vereador e o proprietário da empresa do ramo de fisioterapia, combinando encontros e datas para o recebimento de valores junto a Prefeitura local.
Segundo dados do Portal Transparência da Prefeitura de Valparaíso, entre março e setembro deste ano, a empresa Matheus Campos Garcia Parra – ME, empenhou R$ 28.755,00, tendo recebido R$ 23.340,00 dos cofres municipais por serviços de fisioterapia na modalidade equoterapia e em cumprimento de mandados judiciais. Em 2020, a empresa teve empenhado junto ao governo municipal entre setembro e outubro, R$ 14.250,00, vindo a receber do total, R$ 6.840,00.
Bruno Araújo não consta como fornecedor direto a Prefeitura de Valparaíso, no entanto em 2020, o hoje vereador empenhou por intermédio de sua pessoa jurídica, R$ 39.760,00 entre 24 de janeiro e 28 de dezembro como prestação de serviços na área de fisioterapia junto ao Ciensp (Consórcio Intermunicipal do Estremo Noroeste do Estado de São Paulo), vindo a receber o valor de R$ 35.960,00.
Os valores destinados à empresa de Bruno Araújo, tiveram como fonte pagadora a própria Prefeitura de Valparaíso por intermédio do Ciensp. O último empenho da empresa de Bruno Eduardo Rodrigues de Araújo – ME (Centro de Fisioterapia e Equoterapia Renascer), datado de 28 de dezembro no valor de R$ 3.800,00 não foi pago pelo consórcio.
O que chama a atenção neste caso, é o empenho faltando 3 dias para a mudança de ano, período em que Bruno Araújo estaria impedido de celebrar contrato direta ou indiretamente com o poder público, já que a Constituição Federal define os impedimentos neste caso após a diplomação, onde os vereadores de Valparaíso foram diplomados pela Justiça Eleitoral de forma online em 18 de dezembro.