Economia

Conheça as ideias inovadoras da região de Araçatuba que estão no Startup SP

Programa selecionou 11 modelos de negócios, que vão desde plataforma para vestibulandos a app para segmentos específicos

Aline Galcino - Hojemais Araçatuba
10/08/19 às 13h00
As ações do programa tiveram início na última quarta-feira (7), em encontro na sede do Sebrae em Araçatuba (Foto: Manu Zambon/Hojemais Araçatuba)

Uma espécie de Tinder para cães até softwares e aplicativos para segmentos específicos, como odontologia e agronegócio. No total, 11 projetos da região de Araçatuba foram selecionados no Startup SP, programa de desenvolvimento de startups digitais em estágio de validação das premissas dos modelos de negócio, sobretudo àquelas relacionadas ao problema de mercado, segmentos de clientes, solução e modelo de receitas.

O programa é realizado pelo Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), tem duração de quatro meses e oferece capacitações, acompanhamento de negócios, conexão com outros programas e investidores e mentoria com parceiros de mercado.

De acordo com o gestor do programa na região, Vitor Martins, foram 19 projetos inscritos na região para dez vagas. No entanto, duas propostas ficaram empatadas na banca de pitch – fase onde ocorre a apresentação dos principais pontos do negócio – e acabaram sendo aceitas pelos gestores.

Inscrições

O número de inscritos surpreendeu, segundo Martins. “Empatamos com a região de Bauru e tivemos mais projetos do que as regiões de São José do Rio Preto e Jundiaí”, comparou Vitor Martins, gestor do programa de Startups SP na região.

Martins destaca que a seleção dos participantes não leva em consideração apenas o projeto, mas os empreendedores, pois modelos de negócios são facilmente copiados.

Ações

As ações do programa tiveram início na última quarta-feira (7). Serão 19 semanas, cada uma com uma atividade programada, que vão desde as presenciais até mentorias. Há ainda atividades a distância, da Escola de Negócios Sebrae-SP.

O cronograma conta ainda com Bootcamp, entre os dias 17 e 19 de outubro, em São Paulo, onde as startups terão um treinamento de alta intensidade no desenvolvimento de habilidades empreendedoras.

O programa será encerrado com o Demo Day, em Araçatuba, onde, além de um palestrante de renome, os empreendedores poderão apresentar seu modelo de negócios, contar suas trajetórias e os resultados obtidos com o programa para a comunidade.

Em Araçatuba, o Startup SP tem apoio das prefeituras de Araçatuba e Birigui, Fatec, Etec, Funep, Fateb, Senac, Instituto Federal São Paulo - campus Birigui, Unisalesiano, Unitoledo, Unip, Inovata e Hojemais Araçatuba .

Conheça as 11 startups selecionadas:

Stevanelli criou app para atender necessidade de clientes (Foto: Manu Zambon)

VarejoApp

Proprietário da AeM Software, empresa que está há dois anos no mercado, o engenheiro de software Angelo Stevanelli, 42 anos, de Araçatuba, criou a VarejoApp, um aplicativo voltado para pequenas e médias empresas do varejo.

Por meio do app, lojistas poderão fazer lançamentos de caixa, vendas e estoque, e ainda enviar link de catálogo ou produto para os clientes utilizando WhatsApp, Messenger, Telegram, Skype, etc.

“O cliente adquirindo o produto, o lojista poderá enviar o link para pagamento e posteriormente entregar a mercadoria por meio de uma loja física ou transportadora”, explicou.

Entre os diferenciais, Stevanelli destaca o baixo investimento em equipamentos, praticidade e controle na palma da mão. “A empresa precisará apenas do celular, uma impressora e um SAT (Sistema Autenticador e Transmissor de Cupons Fiscais Eletrônicos), que é obrigatório dentro do Estado de São Paulo para emissão de cupom fiscal. No caso do MEI (microempreendedor individual), há apenas necessidade do celular, já que ele está isento da emissão da nota fiscal”.

O app foi criado para atender a necessidade de clientes da AeM.

Marcelo, Mariana e Camila trabalham em fábrica de software (Foto: Manu Zambon)

Smart Trato

A analista de suporte técnico Camila de Araújo Lopes Talhacoli, 25 anos, o cientista da computação Marcelo Gomes, 33, e Mariana Tereza, 39, que atua na área comercial, todos de Araçatuba, participam do Startup SP com o Smart Trato, um software para gerenciamento dos processos realizados em um confinamento bovino.

“Por meio desse software, o cliente poderá fazer o controle de suplementação através de um plano nutricional, efetuar a gestão dos insumos e controlar os custos de compra e venda”, explicou Camila.

Ambos trabalham em uma fábrica de software que foi procurada por pessoas interessadas em produzir um programa de gestão de confinamento. “Na época, era apenas para uma fazenda especificamente. Depois, elas desistiram do projeto e nós continuamos a evoluir por conta própria, pois acreditamos nesse mercado. Hoje o Brasil é o segundo maior exportador de carne do mundo”, justifica a analista.

Para Camila, participar do programa Startup SP é uma maneira de impulsioná-lo.

Arthur integra a equipe da Pet Araçá, site de relacionamento para animais que já está no ar (Foto: Manu Zambon)

Pet Araçá

A proposta da equipe composta pelo engenheiro mecânico Eduardo Marinho Guena, 31 anos, o cientista da computação Arthur Felipe Zanatta, 31, e o jornalista João Melo Vasconcelos Neto, 31, pode ser definida como um “Tinder para cães”.

A startup Pet Araçá tem o objetivo estratégico de ser facilitador de encontros caninos para gerar ninhada em Araçatuba e região. “Você cadastra o animal que precisa de um parceiro e deixa seus contatos. Se alguém tiver interesse, isto é, tiver um cachorro da mesma raça e gênero oposto, entra em contato e os dois começam a se comunicar via e-mail, WhatsApp, para realizar o encontro”, explica Guena.

O “site de relacionamentos” ( www.petaraca.com.br ) está no ar desde agosto do ano passado, já tem vários animais cadastrados e dicas para os pet com artigos assinados por profissionais da área. No entanto, o engenheiro mecânico vê no programa do Sebrae a oportunidade de aperfeiçoamento da ferramenta e divulgação.

Baptista e Piaui já colocaram site institucional no ar (Foto: Manu Zambon)

PagueLink

Uma plataforma web que permite vendas com cartões e parcelamentos de um jeito simples, transparente, sem maquininhas e sem perder tempo com cálculos de juros e tarifas.

“Acreditamos que cobrar e pagar é melhor com um link”, definem o designer gráfico Fábio Baptista e Matheus Piaui, ambos de 22 anos, de Birigui, sobre o PagueLink, uma das ideias selecionadas no Startup SP.

Um site institucional explicando o conceito do PagueLink foi colocado no ar há pouco mais de dois meses, porém a plataforma ainda está em fase de desenvolvimento.

Para Baptista, nem todo mundo precisa de uma máquina para aceitar cartões e vender parcelado. “Nosso foco está nos prestadores de serviços, nas vendas de pessoa para pessoa e doações e/ou contribuições, não está no comércio e varejo”, explica.

Para vender pelo PagueLink é preciso fazer apenas um cadastro, sem baixar nada. Assim que acessa a plataforma, o vendedor informa quanto quer receber e já recebe os valores que terá que pagar como tarifa para usar o serviço. Concordando, o sistema gera um link que funciona como uma cobrança. Basta o vendedor enviar esse link para o cliente, no WhatsApp, por exemplo.

“O cliente abre esse link e paga com o seu cartão, sem precisar baixar nada e sabendo exatamente quanto pagará de juros, caso escolha parcelar. Depois de pago, o vendedor recebe o dinheiro na conta do PagueLink e é só sacar para sua conta bancária.”

As tarifas que serão cobradas ainda não foram definidas, mas a intenção é ter um valor mais acessível do que a média do mercado. “Vamos conseguir isso porque a nossa startup terá uma operação menos custosa do que a das máquinas presentes no mercado”, analisa o designer gráfico.

Lucas Santos e José Henrique são de Guararapes (Foto: Manu Zambon)

SRC Clínicas Odontológicas

Um sistema fácil, rápido e de baixo custo para auxiliar clínicas odontológicas é a proposta da startup SRC Clínicas Odontológicas, do monitor de informática José Henrique Rodrigues Ferreira Pessoa e do professor Lucas Anjos dos Santos, ambos de 24 anos, de Guararapes.

Trata-se de um website, porém fechado apenas para clientes, para o controle interno dos processos.

A ideia nasceu da experiência de José Henrique enquanto paciente. “Eu nasci com um problema odontológico e passei a minha vida fazendo tratamento em clínicas. Percebi que todas as que eu fui não possuíam sistema. Depois, por meio de pesquisas, constatei que a maioria das clínicas, principalmente as menores, faz tudo no papel”, explicou.

A diferença do sistema para os que já existem no mercado é o foco nas necessidades das empresas do segmento. “O sistema visa fazer tudo o que a clínica precisa para melhorar e facilitar o trabalho dela no dia a dia”.

Lucas Manzatto: site tem sete parceiros e mais de 2 mil produtos (Foto: Manu Zambon)

Farmer Shop

Fundada por Lucas Manzatto, de 29 anos, de Araçatuba, a Farmer Shop é um marketplace de nicho, 100% voltado para o mundo country. Por meio de um endereço eletrônico ( https://www.farmershop.com.br/ ), que está em fase de validação, são ofertados desde vestuário até equipamentos para atletas e animais (selas, arreios, etc.), parte de decoração para casa, cosméticos e cuidados com cavalos.

“Nossa proposta é concentrar produtos desse segmento em um só lugar, levando variedade para o consumidor final e uma plataforma simples e fácil para o seller. Sendo assim, mais um canal de venda principalmente para lojistas que não possuem sites próprios”, explica.

O objetivo é atender todo o País. Atualmente, o site tem sete parceiros e deve encerrar o mês de agosto com aproximadamente 2,5 mil produtos (que já estão à venda), o que o torna maior do que vários e-commerces tradicionais do mundo country, segundo Manzatto.

Formado na área de aviação civil, onde atuou por quatro anos, o empreendedor conta que tinha ideia de participar de um programa de aceleração de startups quando viu o Startup SP, do Sebrae. “Veio na hora exata, porque graças a Deus estamos tendo uma aceitação boa dos parceiros. Estamos crescendo rápido e queremos crescer de maneira saudável e orgânica, sem perder a qualidade ofertada aos parceiros e clientes”, diz.

Para ele, o programa ajudará nos ajustes e mudanças necessárias para lapidar e alinhar a Farmer Shop.

Taís Dall'Oca quer oferecer uma espécie de consultoria (Foto: Manu Zambon)

Fábrica de testes

A engenheira da computação Taís Dall’Oca, de 28 anos, de Araçatuba, participa do programa Startup SP com a Fábrica de Testes, uma espécie de consultoria que irá oferecer serviços de controle de qualidade para softwares, desde o planejamento do projeto até a implantação, de acordo com a necessidade do cliente.

“Se você tem um sistema ou app que precisa ser entregue sem falhas, nossos serviços te atenderão. Iremos levantar todos os cenários possíveis para que sua entrega seja uma entrega de qualidade”, explicou Taís ao Hojemais Araçatuba. Serão analisadas pela Fábrica de Testes possíveis falhas no sistema, inconsistências de regras, melhorias em layouts de telas, entre outros itens.

Por enquanto, Taís está sozinha no projeto, mas pretende contratar algumas pessoas durante o programa.

Rodrigo Simon e Rodrigo Gunello participam no programa com o Gimb (Foto: Manu Zambon)

Gimb

O engenheiro da computação e segurança do trabalho Rodrigo Simon, os engenheiros mecatrônicos André Freitas e Rodrigo Gunello, e o analista de sistemas David Pagliotto participam do Startup SP com o Gimb, um tipo de software útil para otimizar os processos das empresas, aumentando a produtividade e facilitando a tomada de decisões.

“A agilidade reduz o tempo gasto em atividades operacionais do gestor e cálculos que podem ser feitos automaticamente. Com isso, a equipe da empresa tem mais tempo para pensar estrategicamente, auxiliar as lideranças em seus projetos e desenvolver bons planos de cultura e clima organizacional”, explicou Simon.

Conforme Simon, o Gimb proporciona facilidades como rastreamento do colaborador em horário de trabalho; cálculo da melhor rota para realização de tarefas; lançamento de cupons fiscais de alimentação, hospedagem, entre outras despesas; coleta de assinatura digital do cliente ao final de cada tarefa; criação de grupos de contagem de produtos; entre outras.

“Esse software pode ser usado em vários setores, como agronegócio, indústria e prestação de serviços. É uma forma de tornar a empresa mais produtiva, eficiente e estratégica”, definiu.

Kaique Bonato (esq.) integra equipe liderada por Paulo Sanda (Foto: Manu Zambon)

Anzen

Anzen é uma palavra de origem japonesa que significa segurança. É essa palavra que dá nome, ainda provisório, para a startup que trabalha com segurança e prevenção liderada por Paulo Sanda, 52 anos, de Araçatuba.

O foco, segundo ele, é fornecer para empresas de monitoramento e segurança uma ferramenta para que elas possam atender não apenas o patrimônio de seus clientes, mas também suas vidas, por meio de rastreamento, base de dados e comunicação emergencial.

Os detalhes não foram divulgados, pois algumas estratégias são sigilosas.

De acordo com Sanda, infelizmente o panorama para a empresa é bom. “Digo infelizmente porque isso se deve à sensação de insegurança que existe e que está crescendo conforme a desigualdade social aumenta”, explicou.

Em 2017, segundo o empreendedor, foram movimentados US$ 112 bilhões somente no mercado de segurança privada e seguros. Na parte de segurança eletrônica, que envolver circuito de câmeras, sensores, cercas elétricas, foram mais US$ 6 bilhões. No ano passado, esse mercado cresceu 8% e a expectativa para 2019 é de 10%.

Além de Sanda, que ficará responsável pela área comercial e de gestão da Anzen, a startup conta com mais cinco integrantes, das áreas técnica, de gestão e comercial.

Maria Eduarda e Silva querem democratizar a educação (Foto: Manu Zambon)

Nossa Classe

Ao observar a situação de jovens que se encontram na fase de transição entre o ensino médio e a faculdade, a universitária Maria Eduarda Batista de Souza Vilas Boas, 18 anos, e o estudante e youtuber João Vitor Lopes Silva, 16, notaram a busca por métodos eficientes para a realização de vestibulares ou até mesmo estudos diários, que acabam resultando nos famosos “cursinhos”.

“Pensando nisso, resolvemos propor não só o aplicativo Nossa Classe, mas uma imensa oportunidade - de aprendizado e de renda extra - que auxilie na vida do estudante. Esperamos democratizar a educação, até porque nem todo mundo tem condições de pagar um cursinho”, justificam.

O foco da startup é o desenvolvimento de um aplicativo que possibilite ao jovem um meio paralelo de ensino acadêmico e ao professor, uma renda extra. “Costumamos dizer que é uma comunidade de conhecimento compartilhado. O app ficará disponível nas lojas de aplicativo, como Apple Store e Play Store, e usuários (professores ou alunos) poderão baixá-lo gratuitamente.”

Professores gravarão aulas que serão disponibilizadas no app em pacotes, com valores bem acessíveis (entre R$ 1 e R$ 5). Já os alunos poderão comprar essas aulas. “Além de proporcionar acesso a uma educação de qualidade, esperamos que muitos estudantes consigam conciliar com mais facilidade trabalho e estudo”, diz Maria Eduarda.

Adriano Elias e Rodrigo Vieira: proposta de acolhimento (Foto: Manu Zambon)

US Universidade

Também ligada a estudantes, porém com uma proposta bem diferente, a Startup US Universidade quer facilitar a vida de universitários, do início ao fim do curso.

“Queremos que o universitário se sinta em casa. A nossa proposta de valor é o acolhimento. A grande maioria dos universitários que ingressam em uma universidade longe de casa não tem todas as informações e maturidade suficiente; queremos ajudar nisso”, explica o diretor de projetos e cofundador da US Universidade Rodrigo Martimiano Vieira, de 35 anos, de Ilha Solteira.

A ideia é uma solução via web e aplicativo que fornecerá informações que vão desde vagas em repúblicas a prestadores de serviços, como psicólogos, médicos, advogados, além de informações gerais do município. “Será uma espécie de rede social do mundo universitário. Vamos integrar o aluno e a comunidade academia (atléticas, repúblicas, diretórios e afins) com a comunidade local.”

Além de Vieira, fazem parte da startup o estudante do curso técnico de desenvolvimento de sistemas Weligton Paterno, 43, o estudante de engenharia elétrica Caio Boer, 22, o design thinker Adriano Elias, 46, e o diretor municipal de Planejamento Silvio Adriano, 50, todos de Ilha Solteira, que será foco inicial do projeto.

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