Dionatan de Oliveira dos Santos, 31 anos, foi morto com um tiro no rosto disparado por um policial militar da reserva, na noite de quinta-feira (19), em Araçatuba (SP). O autor, que tem 57 anos, se apresentou à polícia, alegou legítima defesa e vai responder a inquérito em liberdade.
Ele declarou em depoimento, acompanhado de um advogado, que seguia de moto para a casa dele quando viu Santos na frente de um restaurante no cruzamento da rua Rodolfo Miranda com a avenida Umuarama, pouco depois das 22h.
De acordo com o investigado, esse restaurante teria sido alvo de furto recentemente, por isso, decidiu retornar. A vítima teria passado a caminhar pela rua Rodolfo Miranda, sentido à rua Joaquim Geraldo Correia e houve a tentativa de abordagem.
O policial da reserva alega que Santos teria se virado colocando a mão na cintura, debaixo da camiseta, fazendo menção de que iria sacar uma arma. Por isso, sacou a pistola que trazia consigo e fez um disparo em direção à vítima, que foi atingida no rosto e caiu no asfalto.
Morreu
No boletim de ocorrência registrado por um policial militar consta que foi o próprio PM da reserva ligou para o 190 informando que havia atirado contra a vítima. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e a médica que compareceu ao local atestou que Santos havia morrido.
A área foi preservada para perícia, que foi acompanhada pelo delegado plantonista e por uma equipe da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais).
Durante a perícia foi recolhida uma cápsula de calibre .40 da munição disparada pela arma do policial, e um cigarro eletrônico que estaria com a vítima. Santos também trazia consigo um isqueiro e essência para o cigarro eletrônico.
Segundo o que foi apurado pela reportagem, ele tem passagens pela polícia em Barretos e em Mirandópolis, acusado de furto de picanha em supermercados e por descumprimento de medida protetiva.
Investigação
A ex-companheira da vítima também esteve na delegacia e informou que momentos antes esteve com Santos, porém, no momento do crime estaria em outro local nas imediações e não teria ouvido o disparo.
O delegado que presidiu a ocorrência apreendeu a arma que estava com o policial militar da reserva. O corpo foi recolhido e encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico.
O delegado também requisitou a realização de exame residuográfico no autor e na vítima, além da coleta de eventual material genético na parte interna das unhas da parte, para verificar possível confronto
Após ser ouvido o policial foi liberado.