Exoneração de Sérgio Smolentzov foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (Foto: Divulgação)
Foi publicada na edição desta terça-feira (20) do Diário Oficial do Estado, a exoneração do médico Sérgio Smolentizov, de Araçatuba (SP), do comando do DRS-2 (Departamento Regional de Saúde) de Araçatuba. De acordo com a publicação, a exoneração é a pedido e retroativa a 13 de outubro.
O
Hojemais Araçatuba
tinha conhecimento do desligamento de Smolentzov desde a semana passada, quando ele se despediu dos colegas de trabalho e até teria distribuído uma carta a respeito da decisão de deixar o cargo.
Porém, na ocasião foi feito contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado, que não confirmou a exoneração, sob argumento de que se isso de fato ocorresse, seria publicado no Diário Oficial.
Posse
Sérgio Smolentzov é médico nefrologista e intensivista. Ele se afastou do cargo de diretor técnico da Santa Casa de Araçatuba em janeiro de 2019, quando passou a se dedicar a cursos de gestão e prestação de consultoria em hospitais.
Ele aceitou o convite para assumir o comando DRS-2 no final do ano, após o afastamento de Claudinéia Cecília da Silva.
Ela foi esposa do sindicalista José Avelino Pereira, o Chinelo, apontado pela Polícia Federal como suposto chefe da organização alvo da Operação #Tudo Nosso, deflagrada em agosto do ano passado.
Raio X
Coincidentemente, a exoneração de Smolentzov ocorre durante outra investigação por parte da polícia, de suposto desvio de dinheiro público da área da Saúde.
Durante a Operação Raio X, deflagrada em 29 de setembro, policiais civis estiveram na casa de Smolentzov e no gabinete dele no DRS-2, onde foram cumpridos mandados de busca e apreendidos documentos e aparelhos, entre eles, o celular do médico.
Ainda de acordo com o que foi apurado pelo
Hojemais Araçatuba
, Fernanda D'angelo Contardi, que seria diretamente ligada a Smolentzov, está entre os presos durante a Operação Raio X, foi denunciada e responde a processo por integrar organização criminosa.
Liderança
A reportagem apurou que ela seria responsável por acompanhar o médico anestesista Cleudson Garcia Montali, apontando como líder do grupo investigado, nas visitas aos estabelecimentos de saúde pública para firmar contratos de gestão nos Estados da Paraíba e Paraná.
Há indícios inclusive de que ela possua vínculo com as OSSs (Organizações Sociais de Saúde) Santa Casa de Pacaembu e Santa Casa de Birigui, que seriam ligadas Cleudson.
Ônibus
Ela também seria responsável pela administração de todos os contratos de gestão e de prestação de serviços celebrados por essas OSSs, e teria participado da compra de três ônibus para Clínica Gestão de Saúde de Birigui.
Essa empresa seria da esposa de Cleudson, que também foi presa, mas obteve a liberdade provisória.
Na semana passada, a polícia apreendeu um ônibus registrado no nome da Clínica Gestão de Saúde de Birigui, encontrado em uma chácara em Brejo Alegre, junto com uma carreta.
Os dois veículos eram alvos de mandado de busca durante a operação, mas não haviam sido localizados. Eles estão aparelhados com equipamentos para atendimentos de saúde.
A reportagem não conseguiu contato com Smolentzov para comentar o pedido de exoneração e aguarda retorno da Secretaria de Estado da Saúde sobre quem ocupará o cargo.