"Esse é um problema imenso! Numa fase de dificuldades orçamentárias, acentuadas pelas demandas de saúde, especialmente aquelas relacionadas à pandemia do coronavírus, seria necessário captar recursos nas outras esferas de governo e também na iniciativa privada mas essa alternativa, por enquanto, não está disponível. Há um esforço desta administração para solucionar esse impasse e estamos trabalhando nesse sentido", disse a secretária de Cultura do município, Tieza Marques, ao
Hojemais Araçatuba.
No pré-projeto arquitetônico apresentado na Prefeitura, no final de 2018, o Instituto Pedra contemplou múltiplos espaços para diversas linguagens culturais. O prédio iria abrigar teatro, sede da Secretaria Municipal da Cultura, café, coworking (área compartilhada destinada a trabalho e estudos), biblioteca, espaço para exposições e feiras e salas para oficinas.
O estudo arquitetônico de restauração do espaço, que previa oito produtos específicos (projetos de arquitetura e restauração, complementares e da área externa e paisagismo, pesquisa histórica, plano de gestão, projetos de sinalização visual e logomarca, e manual de identidade visual) foi realizado por meio do ProAC/ICMS (Programa de Ação Cultural), com aporte de patrocínio da Havan. Somente nessa fase, o investimento previsto era de quase R$ 500 mil.
Câmara
Em discussão desde o início deste ano, a ideia de transferir a Câmara para o espaço voltou a ser debatida. Na última sessão da Casa, realizada na segunda-feira (21), um vídeo foi transmitido com o presidente do Legislativo, o vereador Dr. Alceu (PSDB), e Tieza. No material, Tieza explica que a Prefeitura está analisando vários projetos de revitalização do espaço e que incluir o Legislativo no Centro Cultural “encanta os olhos” do prefeito Dilador Borges (PSDB).
O próximo passo, segundo a secretária, é ir a São Paulo se reunir com o Condephaat para apresentar um esboço do projeto que acomodaria não só a parte cultural, mas também a Câmara.
“Essa ideia já foi debatida na Prefeitura e Câmara e está sendo retomada. É preciso recuperar aquele importante símbolo da história de Araçatuba e o município não tem recursos para tal. A Câmara precisa de um local para ampliar suas instalações e teria estrutura para dar boa manutenção nesse prédio histórico. Mas é um projeto ousado e que depende de muitos ajustes”, disse Tieza à reportagem.
“Intervenções em prédios históricos são processos complexos. Mas tudo ainda é muito embrionário; pensou-se, inclusive, em um projeto que pudesse contemplar os dois interesses: atividades culturais e funcionamento da Câmara”, completa a chefe da pasta. O Centro Cultural é tombado pelo Condephaat, segundo resolução 43 de 16 de julho de 2012.
Como o projeto original feito pelo Instituto Pedra não previa a Câmara, ao aderir a ideia de mudar o Legislativo para o local, a planta também teria de ser alterada. "Qualquer projeto pode ser alterado, mas não se trata disso, neste momento. É tempo de conversação. O espaço físico é amplo e pode-se realizar muitas coisas nesse lugar", finaliza.