Os diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) seguiram o voto da relatora, diretora Meiruze Freitas, e aprovaram por unanimidade os pedidos de uso emergencial das CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, e da vacina de Oxford, desenvolvida pela empresa AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A reunião para discutir os pedidos de uso emergencial começou pouco depois das 10h e teve cinco horas de duração. Ao relatar o voto, o presidente da Anvisa, Antônio Barra, parafraseou o ex-presidente americano, John Kennedy:
“Todos nós respiramos o mesmo ar, todos nós procuramos acalentar o melhor futuro para nossas crianças e todos nós somos mortais. É com grande alegria e renovada esperança que acompanho na íntegra a diretora relatora. É assim que voto”,
declarou.
Eficácia
Na apresentação foi foi confirmada a eficácia da CoronaVac, com taxa de sucesso na prevenção da doença em relação ao grupo que tomou placebo (medicamento inócuo) de 50,39%. Na semana passada, o Butantan tinha divulgado uma eficácia de 50,38%. O índice está acima da eficácia mínima de 50% exigida pela Anvisa e recomendada pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
No caso da vacina de Oxford/Fiocruz, a Anvisa confirmou a eficácia global do imunizante em 70,42%, validando estudo publicado no início de dezembro pela revista científica The Lancet. A eficácia mede a taxa de sucesso na prevenção da covid-19 comparada a quem recebeu placebo (medicamento inócuo).
Acompanhamento
Apesar da recomendação do uso emergencial, a área técnica da Anvisa apontou que existem incertezas que deverão ser acompanhadas de perto pelo órgão.
No caso da CoronaVac, os técnicos destacaram a duração da imunização, efeitos em idosos e em grupos específicos e eficácia em pessoas que tiveram a doença. A agência também informou que aguarda as informações sobre os anticorpos gerados na Fase 3 do estudo.
Já com relação à vacina de Oxford, houve o alerta sobre o baixo número de idosos testados e diferenças entre o banco de semente de vírus da AstraZeneca e do Instituto Serum, laboratório da Índia.