O grupo investigado pela Polícia Civil e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público por suposto desvio de dinheiro público da área da Saúde é suspeito de usar locadora de veículos para lavagem de dinheiro.
O proprietário dessa locadora também está entre os presos na operação Raio X, deflagrada na terça-feira (29).
Ele foi detido por policiais civis de Três Lagoas (MS), em apoio à Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Araçatuba (SP) em um condomínio residencial desta cidade, em cumprimento a mandados de prisão temporária e de busca e apreensão expedidos pela Justiça de Penápolis (SP). Na ocasião foram apreendidos documentos, celulares, computadores e um veículo.
A reportagem apurou que há indícios de que o empresário cobrava valores mais altos pelo aluguel dos veículos para as OSSs investigadas e repassava parte do dinheiro recebido indevidamente ao grupo investigado. Além disso, a locadora emprestava e até dava veículos de luxo para uso dos supostos líderes da organização investigada.
O
Hojemais Araçatuba
já publicou matérias a respeito dessa empresa, com sede em Araçatuba e que foi alvo de outros cumprimentos de mandados de busca durante a investigação.
Em dezembro do ano passado, a polícia apreendeu um VW Gol que estava com uma funcionária da Prefeitura de Birigui, que na ocasião estava afastada do trabalho. Apesar de ela não ter nenhum vínculo com a OSS, o veículo era alugado pela OSS (Organização Social de Saúde) Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui.
Porém, a investigada é esposa do segurança Márcio Takashi Alexandre, 38 anos, que foi preso em setembro do ano passado, condenado a 2 anos de prisão por disparo de arma de fogo, crime cometido em 2013.
Foi a partir da prisão dele que teve início a investigação que resultou na operação de terça-feira, já que ele tinha em casa R$ 179 mil em dinheiro e três carros, um deles blindado.
Advogado
Em outra operação realizada em janeiro deste ano, a polícia apreendeu um Toyota Corolla 2019 com um advogado de 35 anos, morador no bairro Nova Iorque, em Araçatuba, que também tinha em casa uma pistola calibre 380 e munições.
Na ocasião a polícia constatou que o veículo com placas de Três Lagoas (MS) era da mesma locadora proprietária do Gol encontrado com a funcionária da Prefeitura de Birigui.
O advogado, que teve a prisão temporária decretada para ser cumprida durante a operação, alegou que estava com o carro havia cinco meses e pagaria R$ 3,5 mil mensais de aluguel por ele.