O médico Lauro Henrique Fusco Marinho, que seria o braço direito do médico Cleudson Garcia Montali no suposto esquema para desvio de dinheiro público da área da Saúde por meio de OSSs (Organizações Sociais de Saúde), foi preso em 2017 por furto de energia elétrica.
Na ocasião, a polícia constatou um chamado
"gato de energia"
na casa dele, localizada em um condomínio de Birigui. O imóvel é o mesmo onde a polícia encontrou uma adega avaliada em aproximadamente R$ 1 milhão, durante a Operação Raio X, deflagrada em 29 de setembro, ocasião em que ele foi preso temporariamente.
Essa adega foi destaque em reportagem no Fantástico, da Rede Globo, sobre a investigação que resultou na denúncia de mais de 50 pessoas por envolvimento no suposto desvio de dinheiro da área da Saúde.
A suspeita da polícia é de que a fraude no medidor de energia teria sido feita no imóvel justamente em função do consumo da adega.
Gato de Botas
O furto de energia elétrica na ocasião foi descoberto durante cumprimento de mandado de busca e apreensão relativo à segunda fase da operação Gato de Botas. Essa investigação também foi deflagrada pela Polícia Civil de Araçatuba, sob coordenação da Delegacia Seccional.
O flagrante foi feito por equipe do GOE/Deic (Grupo de Operações Especiais da Delegacia de Investigações Criminais), em cumprimento a mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça.
Na casa do Dr. Lauro, localizada no condomínio Passaredo, técnicos da CPFL Paulista encontraram os lacres do relógio de energia violados para manipulação do medidor de consumo.
Na ocasião também foi cumprido mandado de busca na casa de outro médico de Birigui, onde também foram cumpridos mandados na Operação Raio X, e encontradas as mesmas fraudes, de acordo com a polícia.
Perícia
Os medidores de energia dos imóveis e os lacres violados foram apreendidos para investigação, junto com os celulares dos dois médicos, que foram periciados. Na ocasião também foram cumpridos mandados de busca nas clínicas dos investigados, mas não foram encontradas irregularidades nos medidores de energia elétrica dos imóveis.
Os dois médicos foram apresentados no Fórum de Araçatuba e pagaram R$ 5 mil de fiança cada um para responder pelo crime em liberdade. A reportagem consultou o site do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), mas não encontrou o processo relativo ao furto.
Ressarcimento
Se a perícia nos medidores confirmasse a fraude, a CPFL Paulista cobraria os valores que deixaram de ser pagos por não ter sido registrado o consumo.
A reportagem entrou em contato com a distribuidora, que informou que o Setor Jurídico da companhia não se manifestaria sobre o assunto.