A pandemia da covid-19 acelerou um processo que estava em curso antes dela, o aumento do comércio on-line. Com o estabelecimento de protocolos de segurança sanitária, principalmente o distanciamento social, vendedor e comprador enxergaram no relacionamento virtual do mercado de consumo uma solução segura para a comercialização dos mais diversos produtos e serviços.
Para compreender os efeitos que a pandemia teve nos hábitos de consumo no Brasil e nas categorias de produtos que continuam a ser comprados on-line, a empresa de tecnologia Criteo, que fornece publicidade a profissionais de marketing, analisou dados comerciais de mais de 1.000 clientes no Brasil, de 15 a 28 de fevereiro de 2021, em comparação com 15 a 28 de fevereiro de 2020.
A pesquisa mostrou que a venda de roupas e acessórios aumentou 23%, apesar dos longos meses de isolamento social. E, ao contrário do que foi observado em 2020, a venda de artigos esportivos cresceu 127%, indicando que os brasileiros podem estar intensificando a rotina de exercícios em casa e ansiosos para voltar a se exercitar ao ar livre.
Produtos country
Nesta toada, aumentaram de forma significativa as vendas de produtos country comercializados virtualmente. É o que garante o empresário araçatubense Lucas Manzatto. Dono de um marketplace criado em 2018, ele registrou crescimento de 100% na comercialização de roupas masculinas, femininas e infantis, calçados e acessórios, como chapéus e bonés, assim como equipamentos para equitação (traia, sela, cabrestos, capas, barrigueira, joelheira, caneleira, peitoral, mantas, rédeas etc.). O site é o único canal de vendas utilizado pela empresa.
“Estamos realmente impressionados. Criamos a loja com o objetivo de transformar a experiência de compras on-line no mundo country, oferecendo variedade e grande quantidade de produtos em uma plataforma pensada exclusivamente nos consumidores, fábricas e lojas desse universo específico. Vínhamos bem, sem ter do que reclamar, mas nada comparado aos últimos seis meses, quando as vendas deram um salto”, diz Manzatto.
Mudanças
De acordo com o empresário, a pandemia causou mudanças no comportamento do consumidor, que vão permanecer no pós-pandemia. E isso se reflete diretamente nas compras e nos canais de consumo escolhidos pelos brasileiros.
“Os gestores empresariais e os profissionais de marketing estão focados na adaptação dos canais de vendas e no engajamento às estratégias on-line para atender o cliente onde ele está. É o que está ocorrendo na nossa empresa. Montamos uma equipe altamente qualificada, para atendermos nossos clientes, assim como parceiros, da melhor forma possível. E focamos o marketing, para que a empresa, clientes e parceiros tenham um reconhecimento e uma visibilidade de suas marcas, e todos saiam ganhando”, explica.
Fidelização
Como dica para outros empresários, Manzatto comenta que todas as facilidades virtuais devem ser oferecidas ao cliente, para que a experiência seja a mais agradável possível e ele seja fidelizado. Na prática, isso quer dizer que a solução on-line deve oferecer ampla variedade de produtos, sistema detalhado de pesquisa, com marcas, preço, título, entre outras coisas, promoções e lançamentos de novos produtos, consulta de prazo de entrega, local de reclamações e sugestões.
“De acordo com pesquisa da empresa Gestão Click, em 2018, cerca de 40% dos consumidores haviam feito compras on-line, enquanto em 2020, esse número subiu para quase 80%. Ou seja, não dá mais para desconsiderar este importante canal de vendas e consumo que é a internet”, conclui Manzatto.