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Após ser atacada e chamada de descontrolada, Simone Tebet diz que Senado não aceita desrespeito

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) questionou mudanças em pareceres da CGU para negar as denúncias de falhas na compra da vacina indiana Covaxin e de testes rápidos.

Da Redação
22/09/21 às 10h45
O ministro da CGU, Wagner Rosário, chamou a senadora Simone Tebet de "descontrolada". Senadores saíram em defesa da parlamentar (Roque de Sá/Agência Senado)

A senadora Simone Nassar Tebet (MDB-MS) foi chamada de descontrolada nesta terça-feira, 21, pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário durante a reunião da CPI da Covid.

Após o ataque a senadora, a sessão precisou ser encerrada em virtude do tumulto entre os senadores que chamaram Rosário de ‘machista’. Para o senador Otto Alencar (PSD-BA), o ministro não só desrespeitou o Senado Federal como também tentou agredir verbalmente a senadora Simone.

Por sua vez, o senador e presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), sugeriu que o ministro da CGU fosse investigado, fato este aceito pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL).

O ministro Rosário, agora é investigado pela CPI da Pandemia por prevaricação (deixar de tomar medidas cabíveis), no caso das denúncias de irregularidades em contratos do Ministério da Saúde.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) questionou mudanças em pareceres da CGU para negar as denúncias de falhas na compra da vacina indiana Covaxin e de testes rápidos.

Já Marcos Rogério (DEM-RO) disse que a oposição queria desestabilizar o ministro, mas reconheceu excessos de Wagner Rosário e dos advogados. E por ameaças à CPI, Jair Renan Bolsonaro poderá ser alvo de um inquérito da Polícia Civil.

À saída da reunião, Simone Tebet disse que o ministro desculpou-se em particular:

— Ele entendeu que se exaltou e vamos dar por encerrado esse capítulo — disse a senadora.

Senador da base do governo, Marcos Rogério (DEM-RO) reconheceu que a fala do depoente foi "fora do tom", mas lembrou que Rosário foi acusado de prevaricação e atacado incessantemente:

— Era essa a situação que os membros da CPI queriam criar: de constrangimento para o ministro — afirmou.

Wagner Rosário vem sendo criticado pela cúpula da CPI por suposta omissão no caso Covaxin. No depoimento, ele defendeu sua atuação pessoal e a da CGU. Na semana passada, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), havia afirmado que Rosário prevaricou ao não mandar investigar suspeitas sobre o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, embora a CGU dispusesse de evidências colhidas em uma operação contra corrupção no Instituto Evandro Chagas, de pesquisa biomédica, em Belém.

Rosário refutou a acusação de prevaricação e alegou que a CGU abriu auditoria específica sobre o contrato da Covaxin, no último dia 22 de junho. Para os senadores, porém, a providência só foi tomada depois que a CPI expôs o caso:

— Quando a CGU abre procedimento, já era do conhecimento do Brasil todo. Eu só quero colocar as datas aqui para deixar claro, sem juízo de valor. Por enquanto! — explicou Omar Aziz.

Diversos senadores criticaram o tom do depoente, qualificado de "petulante" por Rogério Carvalho (PT-SE). Wagner Rosário chegou a ser advertido por Tasso Jereissati (PSDB-CE), no exercício da presidência, para "baixar a bola".

Por sua vez, senadores que têm defendido as posições do governo, como Marcos Rogério e Eduardo Girão (Podemos-CE), protestaram contra a forma como os trabalhos vinham sendo conduzidos, acusando a cúpula da CPI de comentar notícias fora do escopo da investigação ou interromper as falas do depoente.

Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, criticou o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), quando este traçou uma analogia entre o depoente e o personagem Fabiano, do romance "Vidas Secas", de Graciliano Ramos — violento com a família e subserviente com os poderosos.

Eduardo Girão insinuou que a mesa da CPI estaria retardando os trabalhos para impedir perguntas dos governistas sobre malversação de recursos federais repassados a estados e municípios. O senador pelo Ceará requereu, por conta disso, nova convocação do depoente. Omar Aziz concedeu a palavra a Girão, que perguntou sobre as investigações da CGU sobre estados e municípios.

— Sim, houve prejuízo ao erário. O valor total investigado em todas essas 71 operações foi de R$ 4,2 bilhões, com prejuízo potencial de R$ 250 milhões e prejuízo efetivo e já mensurado R$ 56,4 milhões — respondeu o ministro.

Porém, ao ser perguntado sobre denúncias contra o Consórcio Nordeste, Wagner Rosário alegou o segredo de Justiça para não entrar em detalhes da investigação. ( Agência Senado e G1)

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