Não há registro de cirurgia por videolaparoscopia na Santa Casa de Birigui (SP) pelo SUS (Sistema Único de Saúde) desde janeiro de 2008. A afirmação está em resposta assinada pelo diretor técnico de Saúde do DRS (Departamento Regional de Saúde) de Araçatuba, Rachides de Castro Junior, a requerimento de vereadores.
Parte do documento foi lido pelo vereador José Luis Buchalla (Patriota) durante a sessão extraordinária realizada na última sexta-feira (1º), para votação de três convênios com repasses para o hospital de Birigui, que é referência para outros dez municípios da microrregião e está sob intervenção da Prefeitura desde fevereiro deste ano.
“Ia parar algo que nunca foi feito”, disse Buchalla, ao rebater a informação divulgada pela Santa Casa de Birigui sobre a paralisação desse tipo de procedimento após adiamento de dois projetos envolvendo repasses ao hospital na última sessão ordinária antes do recesso parlamentar de julho.
A informação dos “prejuízos” da não apreciação dos projetos foi encaminhada à Câmara, por meio de ofício, veiculada nas redes sociais do hospital e também na imprensa. Além das cirurgias por vídeo, a Santa Casa deixaria de oferecer atendimentos e internações a pacientes do SUS da microrregião a partir do dia 1º.
Após o comunicado, Buchalla, Paulo Sergio de Oliveira, o Paulinho do Posto (Avante) e Wagner Mastelaro (PT), protocolaram requerimento no departamento regional de saúde questionando o dia, mês e ano em que foi realizada esse tipo de cirurgia na Santa Casa local, recebendo a resposta, que tem como fonte os dados do Datasus, fonte oficial do SUS.
Município é responsável
O DRS esclareceu ainda que a Irmandade Santa Casa de Birigui é uma entidade privada, constituída como associação e possui natureza jurídica de entidade sem fins lucrativos, cadastrada no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde). “Sendo assim, é uma instituição privada que mantém um convênio junto ao SUS ofertando pelo menos 60% de sua capacidade aos pacientes SUS dependentes”, explicou.
O convênio celebrado entre a entidade privada e o SUS, por meio do Ministério da Saúde, se deu atrás do município de Birigui, que é gestor da entidade, no que tange a formalização, aditamentos, repasses e monitoramento do convênio. “Independente do momento administrativo vivenciado por meio de decreto de intervenção nº 7.081, de 25 de fevereiro de 2022, o gestor municipal é responsável pelo convênio, assim como com o cumprimento de eventuais pactuações que se encontram previstas em instrumento jurídico assinado”, escreveu na resposta.